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Escolhendo o sistema operacional do seu netbook

 




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Escolhendo o sistema operacional do seu netbook
http://depokafe.wordpress.com/2010/09/05/escolhendo-o-sistema-do-seu-netbook/


5 setembro, 2010
Henderson


Vi em @catglobo


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Beijins
Fa
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"Os seres humanos, defitinitivamente, não são iguais. São apenas
feitos da mesma maneira. (Em tempo:
depois da inseminação artificial, nem isso). - Millôr Fernandes
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Escolhendo o sistema operacional do seu netbook

Por esses dias eu resolvi trocar o meu bom e velho (mais velho do que bom) notebook Positivo por um netbook. Minhas exigências eram simples: um aparelho pequeno e leve para acessar a internet em casa pela rede wi-fi e ler e-books no formato .pdf. Depois de muita pesquisa, escolhi um netbook popular, um Philco PHN 10303, com processador Intel Atom N540, chipset Intel NM10 e 2 Gb de memória RAM.

Cabe aqui a observação que hoje em dia Philco é só uma marca, que no Brasil pertence à Britânia, aquela mesma que fabrica ventiladores e liquidificadores. Seus netbooks são importados de Taiwan, de onde já vem montados ou em partes, que são montadas aqui, sob os auspícios do PPB, que concede isenção de alguns impostos.

Meu netbook veio com o sistema operacional Linux Mandriva 2009. Eu não teria problemas em continuar com ele, meu primeiro contato com o Linux foi justamente com o bisavô do Mandriva, o Conectiva Marumbi, lá nos longínquos anos 90 do século passado. Mas o sistema não estava se portando muito bem. A interface wireless se desligava sozinha, do nada. Cheguei a suspeitar de um problema mais sério, mas como sou ex-técnico de hardware (se você não sabe, eu sou o autor da Lei de Henderson das Assistências Técnicas de Informática) resolvi testar o software antes de condenar o hardware.

Testei então três sabores do Ubuntu, popular distribuição Linux sul-africana: o Kubuntu Netbook e o Ubuntu Netbook Editon, ambos específicos para netbooks, e o Lubuntu. Além disso, testei também o Jolicloud 1.0, que havia acabado de “sair do forno”. Como adquiri alguma experiência, achei que poderia ser útil criar um artigo e compartilhar minhas impressões. Nada que seja digno de aparecer no BR-Linux, mas que seja bom para leigos que compram um netbook com Linux e já saem logo formatando e instalando o Windows piratão mesmo – e, infelizmente, parece que a maioria faz isso por aí. Então vamos lá.

Testando e Instalando

Instalar um sistema operacional num netbook sem drive de CD pode parecer complicado, mas não é. Partiremos do pressuposto que você tem um PC principal rodando Windows e um pendrive de no mínimo 1Gb antes de continuarmos, OK ?

No caso dos Ubuntus, é só baixar o Universal USB Instaler e depois escolher qual sistema você quer instalar e baixar o .iso (a imagem do CD) no site do Ubuntu, do Kubuntu ou do Lubuntu. Com os dois arquivos na mesma pasta, é só plugar o pendrive e rodar o programa, que ele vai instalar automaticamente a .iso no pendrive. Rápido e fácil.

Para o Jolicloud, é só baixar um instalador específico no site. O instalador é fácil de usar e rapidamente você tem o sistema no pendrive.

Depois é só plugar o pendrive no netbook e pressionar uma tecla para que ele escolha o local de onde o sistema vai iniciar. No meu caso, foi a tecla F10. Consulte o manual do seu em caso de dúvidas. Na tela seguinte, é só escolher o pendrive e esperar o sistema iniciar.

Com isso, seu netbook vai estar rodando o sistema diretamente do pendrive. Nenhum arquivo será instalado ainda no seu netbook. Aproveite para testar a interface wi-fi, a rede, o som, o teclado. Se tudo estiver OK, é só acessar o instalador e seguir as instruções na tela para instala-lo no seu aparelho.

Eu não tive problemas com o reconhecimento do hardware, tudo funcionou de primeira. Há relatos que o Kubuntu Netbook e o Ubuntu Netbook Edition não funcionam bem com chipsets não-Intel, mas não posso afirmar isso com certeza. Se seu netbook é recente você não deve ter problemas.

Programas

Minhas exigências eram simples: navegar na net e ler .pdfs. Todos os sistemas que eu testei fazem isso, é claro, mas tive que instalar alguns programas.

No Kubuntu Netbook, eu só tive que instalar o Google Chrome, que é o meu navegador favorito, mas ele vem com o excelente Firefox. No Lubuntu é a mesma coisa, mas o leitor de pdfs é fraco, então tive que instalar o Okular, leitor de pdfs do KDE. Tive que fazer a mesma coisa no Ubuntu Netbook Edition, já que o Evince, leitor de pdfs dele, apesar de mais rápido do que o Okular, não tem suporte a bookmarks (marcadores) o que é uma falha imperdoável. Instalei também o Chrome em ambos.

Na família Ubuntu, instalar programas é fácil. Todas as distribuições vem com o excelente Software Center, que torna instalar programas mais fácil do que no Windows. É só procurar pelo nome ou função do programa, mandar instalar e esperar. Nada de próximo-próximo-concluído. E tem gente que acha que instalar programas no Linux é difícil…

No Jolicloud, eles implementaram uma espécie de “App Store” onde você pode escolher os programas ou sites que deseja e instalar com somente um clique. Sim, sites mais populares (como Facebook, Orkut, ou até o Colheita Feliz) podem ser transformados em ícones na interface, como se fossem programas. Isso é bom para leigos, mas para usuários avançados dá para fazer o mesmo com a opção de “criar atalhos de aplicativos” do Chrome ou com extensões no Firefox.

De resto, todos os sistemas se portaram bem. Ouvir música e vídeos não foi problema, quando necessário os codecs eram instalados automaticamente. Youtube também funcionou OK, assim como sites que necessitam do famigerado plugin do Flash. Usar o MSN e a webcam integrada também foi fácil, todos os sistemas tem programas compatíveis para isso.

Já se você pretende usar o netbook a trabalho, o Kubuntu e o Ubuntu vem com o OpenOffice, o que garante compatibilidade com o Microsoft Office. No Lubuntu ele vem com o Abiword e o Gnumeric, que só dão conta de trabalhos mais simples, mas é possível instalar o OpenOffice com dois cliques. No Jolicoud, o pressuposto básico é que você está sempre online, então por padrão ele usa o Google Docs para abir arquivos de texto ou planilhas. Mas também é possível instalar o OpenOffice facilmente.

Quanto à antivírus…bem, se você veio do mundo Windows, tenho o prazer de lhe dizer que isso “não te pertence mais” “! Esqueça, não é necessário usar um desses “comedores de performance” em nenhum desses sistemas. Nem em nenhuma distribuição Linux, na verdade.

Interface e usabilidade

Ubuntu Netbook Edition, Kubuntu Netbook e Jolicloud tem interfaces especialmente desenvolvidas para netbooks com telas pequenas. Mais do que falar, é melhor mostra-las, depois eu comento minhas impressões:
lubuntu

Lubuntu
800px-Ubuntu_10.04_Lucid_Lynx_Netbook_Live_USB

Ubuntu Netbook Edition
jolicloud-launcher

Jolicloud
KNE_u_i

Kubuntu Netbook

Como vocês podem ver, tirando o Lubuntu, todos os outros usam interfaces não convencionais, com ícones grandes, ideal para a tela pequena de um netbook. Qual é a melhor, depende do seu gosto. Eu, particularmente, achei a interface do Kubuntu, apesar de bonita, meio confusa. A do Jolicloud é boa, mas nada que tenha me empolgado. Eu gostei mesmo da interface do Ubuntu Netbook Edition. Ícones grandes, a barra lateral aproveita bem a resolução estranha dos netbooks (1024×600). Foi esse o grande fator que me fez escolher o UNE como meu sistema principal.

A interface do Lubuntu, apesar de não adaptada para netbooks – e nem esse é o seu objetivo – é familiar para a maior parte das pessoas acostumadas ao mundo Windows. Se você prefere algo “tradicional” e rápido – bem rápido – considere com carinho a sua instalação.

Qual sistema usar ?

Todos os quatro sistemas que testei são perfeitamente funcionais e dariam conta do trabalho diário de um netbook. Escolher qualquer um deles depende das suas preferências.

Se você quer algo bonito, com transições de janelas animadas, ícones piscantes, uma boa seleção de softwares e não se preocupa com performance, fique com o Kubuntu Netbook. Você não terá que instalar praticamente nada, é só usar. Eu considerei a interface meio confusa, mas nada que o uso prolongado não resolva.

Já o Ubuntu Netbook Edition vai no mesmo caminho do Kubuntu. A interface é boa, mas sem as firulas do seu meio-irmão. A seleção de softwares dá conta do recado, apesar da falha no leitor de pdfs. E é mais leve do que o Kubuntu, o que pode ser do agrado de alguns, principalmente se seu netbook tiver pouca memória.

Se velocidade no boot e no carregamento de programas e uma interface mais tradicional são do seu agrado, o Lubuntu deve ser considerado. Com certeza foi o sistema operacional mais rápido que eu já utilizei nos últimos vinte anos. Não cronometrei, mas o boot se dava em menos de 10 segundos, com certeza. Os softwares são simples, ideal para netbooks com pouca memória, mas são funcionais. E o Software Center sempre estará a um clique de distância para você instalar algum programa que sentir falta.

Agora, se você passa a maior parte do tempo na Internet e tem uma conexão sempre ativa, banda larga ou 3G, o Jolicloud lhe deixará satisfeito. É bem fácil de usar, de instalar programas e a função de criar atalhos para sites vai ser uma mão na roda para você.

E o futuro ?

Como o Linux “não tem dono” (na verdade ele é de todo mundo, até seu, meu caro leitor) muita gente fica ressabiada em instalar uma distribuição no seu PC, notebook ou netbook. Mas esse medo é infundado. A família Ubuntu está sob o guarda-chuva da empresa sul-africana Canonical, que garante atualização a cada seis meses – a próxima já é em outubro – o que vai te deixar com o sistema sempre atualizado com relação a segurança e novos programas. Outras distribuições conhecidas, como Mandriva, OpenSuse ou Fedora também tem empresas ou comunidades ativas por trás delas. Se uma cai, outras ficam, não há o que temer.

Esse é o caso do Jolicloud, que é um projeto independente, mas tem uma boa base de usuários e tem progredido rapidamente. Em um ano eles colocaram a versão 1.0 no ar, e ela está rodando redondinha. É um projeto a ser observado. Dada a sua qualidade, com certeza deve ser encampado por alguma grande empresa nos próximos tempos.

E ainda temos outros projetos de sistemas específicos para netbooks que não testei, como o Meego ou o Moblin, que tem grandes empresas por trás e parecem promissores. O futuro parece ser mais interessante do que o presente, com mais e melhores opções. Você só usa o Windows no seu netbook se quiser. Se quiser sofrer, eu diria.



Retirado de
http://depokafe.wordpress.com/2010/09/05/escolhendo-o-sistema-do-seu-netbook/