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RES: RES: Finances, Accounting & Legal English-Portuguese Glossary

 

Cloves
Concordo 100%

Bicudo
-----Mensagem original-----
De: Cloves Almeida [mailto:cjalmeida@xxxxxxxxx] 
Enviada em: segunda-feira, 21 de setembro de 2009 09:28
Para: pedro.bicudo@xxxxxxxxxxxxxxxxx
Cc: 'Mauricio Baduy'; openerp-brazil-team@xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Assunto: Re: [Openerp-brazil-team] RES: Finances, Accounting & Legal
English-Portuguese Glossary

Pedro,

muito bom sua explanação. Minha experiência está ligada a empresas de
médio porte, mais próximo do público-alvo do OpenERP. Em relação a caixa
dois, o OpenERP não pode DE MODO ALGUM facilitar esse tipo de prática.
Essa demanda, se houver (e te garanto que haverá) tem de ser de
responsabilidade e consciência de cada integrador.

Mas, sinceramente, os controles das receitas estaduais e federal andam
tão avançados que se você estiver sonegando e eles fizerem uma
específica, com certeza vão lhe pegar. Mas você pode trabalhar "no
limite da legalidade", só que esses buracos são tão dependentes da
mutante legislação tributária que é quase impraticável implementar
direto no ERP.

Dito isso, minha opinião é que o OpenERP deve focar-se mais na
contabilidade gerencial - que apesar de ser específica para cada
empresa, "faz sentido" customizar alguns módulos. A contabilidade fiscal
deve continuar na mão do departamento ou terceirizado específico. As
diferenças de apuração devem voltar como em qualquer outro ERP, via
"ajustes contábeis".



Em Dom, 2009-09-20 às 22:11 -0300, Pedro L Bicudo Maschio escreveu:
> Mauricio
> 
> Sobre o chart of accounts. Desculpe se ficou muito longo, mas espero
> que seja didático.
> 
>  
> 
> Há dois fatores que “destruíram” a prática contábil nas empresas
> Brasileiras. Primeiro foi o caixa dois: para sonegar impostos as
> empresas só contabilizam o “oficial” e com isso os relatórios
> contábeis e as apurações de custos se tornaram inúteis. Piorou quando
> o governo criou o lucro presumido, a partir do qual as empresas
> desobrigadas de apresentar o balanço pararam de contabilizar as
> despesas (principalmente de pequeno valor). Surgiram controles
> paralelos, por exemplo, o fluxo de caixa que é registrado em separado
> da contabilidade.
> 
>  
> 
> Observe que temos um desafio para o OpenERP: como lidar com o caixa
> dois? Eu não me preocupo porque não preciso disso. No entanto, há
> soluções no Brasil que de alguma forma atendem essa demanda dos
> compradores – porém não sei explicar como fazem isso.
> 
>  
> 
> O meu interesse pelo OpenERP é justamente porque tem o plano de contas
> no seu centro. O uso que quero fazer dele é em uma entidade
> assistencial na qual trabalho como voluntário. Como ela tem o registro
> de utilidade pública, não recolhe IR, mas está obrigada a seguir a
> legislação de apuração por lucro real com todos os livros e
> contabilidade completa para manter o benefício. Hoje fazemos a
> contabilidade como vc descreveu (partidas dobradas e todos os livros),
> há um longo plano de contas e existem as contas de resultado, para
> isso usamos um software simples, só para contabilidade, mas que não
> tem integração com folha, compras, etc.
> 
>  
> 
> Já no meu trabalho remunerado, de consultoria, faço serviços de
> verificação (QA) do projeto de implantação, normalmente grandes
> projetos SAP para grandes empresas. Nesses casos não tem caixa dois,
> por um motivo simples: se houvesse, o dono/acionista seria
> lesado/roubado por quem usa o dinheiro do caixa dois. Na medida em que
> as empresas crescem, precisam de um sistema seguro e confiável
> justamente para evitar as fraudes (como a do caixa dois).
> 
>  
> 
> Normalmente a grande empresa já tem um plano de contas complexo que
> implementa no ERP. Uma das vantagens de ter uma boa contabilidade é
> poder calcular o custo médio, a Fiat Brasil, por exemplo, tem mais de
> 70 modelos em produção (contando todas variações de cada carro) e
> apura o custo médio por modelo até o dia 5 de cada mês, com cálculo de
> imposto para cada um, etc., isso só é possível porque a contabilidade
> é muito bem feita.  
> 
>  
> 
> De modo geral, o plano de contas é regulamentado pelas bolsas de
> valores e pela associação de contadores. Empresas americanas seguem o
> GAAP, e no Brasil o novo SPED alinha-se aos padrões internacionais,
> com isso qualquer investidor sabe interpretar o que é ativo,
> obrigações, custo de produto, custo de vendas, etc. e comparar qual
> empresa é melhor.
> 
>  
> 
> Nos projetos ERP das grandes, cada uma usa seu plano de contas, único
> e que atende às particularidades da empresa. Há muitos ajustes a fazer
> nos relatórios gerenciais, sempre. Já a questão de “quanto iremos
> pagar de...” funciona diferente do que vc sugere. O processo é
> planejar e depois verificar. Cria-se um orçamento planejado para cada
> centro de custos, o que permite planejar um resultado. Assim, antes de
> começar o mês você planeja quanto vai pagar de impostos, quanto vai
> consumir de materiais, quanto vai pagar de salários, etc. Depois, ao
> fim do mês, as despesas reais contabilizadas em cada conta são
> comparadas ao planejado. Portanto, a qualquer momento devemos saber
> quanto ainda podemos gastar para manter o real dentro dos limites do
> planejado.
> 
>  
> 
> P é a letra mais importante do ERP, pois significa planejar. R
> significa os recursos que vamos planejar. Os recursos são definidos ou
> determinados pelo plano de contas, já que cada recurso recebe um
> número, o centro de custo: pessoas, PJ contratados, materiais,
> máquinas, cada recurso é representado por um centro de custos. Se você
> gasta em manutenção, correlaciona a despesa ao centro de custos da
> máquina, assim, quando calcula o custo do produto, soma o custo da
> máquina, que já inclui o custo da manutenção... não escapa nada.
> 
>  
> 
> No conceito ERP administra-se executado x planejado. O resultado não é
> surpresa. O plano de contas é a estrutura básica para executar o ERP.
> Na empresa de manufatura, a estrutura lógica é a BOM - Bill of
> Materials, é a equação que define quanto de cada material é empregado
> para construir o produto, é a “receita” para compor um produto, é com
> essa receita que a empresa inicia a estruturação do plano de contas
> (vai relacionar qual material ou insumo é contabilizado em qual centro
> de custos e como isso se soma para compor o resultado). Na empresa de
> serviços, não existe a BOM, o que dificulta a estruturação lógica do
> plano de contas. Aqui é que entram os consultores: repensar e modelar
> o negócio e organizar o modelo preditivo de resultados, que será
> solidificado no plano de contas.
> 
>  
> 
> Nosso módulo Brasil pode começar com o plano genérico do SPED (o que
> já está sendo feito). Mas em cada implantação, caberá ao consultor que
> está conduzindo o projeto, ajustar o plano de contas para o cliente.
> Haverá clientes mais exigentes e outros que se contentarão com o plano
> genérico.
> 
>  
> 
> No exemplo Peru, ele continuou usando VAT (em uma conta só). O desafio
> para nós, Brasil, será criar uma conta para cada imposto. Na
> contabilidade completa da entidade assistencial que citei, temos IR,
> ICMS, COFINS, INSS e “outras contribuições”, todas dentro de um mesmo
> grupo de contas. O detalhe é que os recolhimentos e demonstrativos são
> feitos em separado, nos aplicativos da receita (gerador dos arquivos
> que são entregues mensalmente) e pegamos o resultado calculado e
> digitamos no sistema contábil, não tem integração. Da mesma forma, no
> OpenERP, podemos ter uma interface que extrai os dados da
> contabilidade, alimenta o módulo externo de livros fiscais que
> calculam o imposto e geram os arquivos para entrega, e outra interface
> para pegar os resultados e inserir na contabilidade (por exemplo, no
> agrupamento de contas que hoje é chamado de VAT).
> 
>  
> 
> Espero ter ajudado no entendimento.
> 
>  
> 
> [ ]
> 
> Bicudo
> 
>  
> 
> 
>                                    
> ______________________________________________________________________
> De: openerp-brazil-team-bounces
> +pedro.bicudo=tgtconsult.com.br@xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
> [mailto:openerp-brazil-team-bounces
> +pedro.bicudo=tgtconsult.com.br@xxxxxxxxxxxxxxxxxxx] Em nome de
> Mauricio Baduy
> Enviada em: quarta-feira, 16 de setembro de 2009 21:15
> Para: openerp-brazil-team@xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
> Assunto: [Openerp-brazil-team] Finances,Accounting & Legal
> English-Portuguese Glossary
> 
> 
>  
> 
> Olá,
> 
> Passada a tempestade da nota fiscal eletrônica, voltei a analisar a
> documentação do Openerp, e comecei pela contabilidade. O link abaixo,
> possui um extenso glossário de termos financeiros, contábeis, etc, em
> inglês com tradução para o português. Estou achando-o útil para
> entender melhor o que o Openerp faz.
> 
> http://www.sk.com.br/sk-fcj.html
> 
> É um bom complemento para o glossário existente no bluwiki.
> 
> O plano de contas a ser implementado será o Plano de Contas
> Referencial da Receita Federal? O que está sendo pensado a respeito?
> Desculpem se a pergunta for inadequada.
> 
> Minha experiência com contabilidade é bem mais simples do que propõe o
> Openerp.  O sistema que é usado na empresa é um plano de contas de 5
> níveis, do tipo tradicional, usado largamente em empresas industriais
> e comerciais. Os lançamentos são efetuados em partida dobrada, usando
> um sistema de histórico padrão que permite várias inserções de textos
> variáveis, e no fim, produzir balancete, demonstrativos, Diário e
> Razão. Achei interessante a classificação das contas quanto ao tipo de
> transação que ela recebe, e imagino como pode ser versátil uma
> contabilidade feita da maneira proposta pelo Openerp.
> 
> No link 
> 
>
http://beeznest.wordpress.com/2008/12/27/openerp-5-creating-a-chart-of-accou
nts-first-draft/
> 
> o autor Yannick Warnier conta a experiência de criar um plano de
> contas para o Perú. É uma leitura interessante (pelo menos para mim). 
> 
> Os membros da lista que tem experiência com contabilidade como
> implementada pelo Openerp, poderiam comentar a respeito? 
> (Bicudo: se você tiver um tempinho, conte um pouco da sua experiência
> com outros ERPs).
> 
> Fico imaginando como seria eficiente gerenciar uma empresa sabendo, a
> qualquer momento, quanto iremos pagar de PIS, COFINS, ICMS,  ICMS-ST,
> IPI,
> etc, quanto um determinado produto está contribuindo para a margem de
> lucro da empresa, se está dando prejuízo, etc.
> 
> É uma revolução na gestão das empresas!
> 
> Maurício
> 
> 
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