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Re: RES: Finances, Accounting & Legal English-Portuguese Glossary

 

Cloves, meus argumentos estão semelhantes aos seus no que diz respeito se é necessário adequar o OpenERP à contabilidade. Eu também acho que não seria boa idéia!

Da forma que está já dá pra atender pelo menos ao que chamamos de Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial. O que se deve posteriormente é criar a geração de arquivos que atendam softwares especializados como você mencionou.

Não ficou claro pra mim através do estudos que estou fazendo a questão contabil das partidas dobradas por causa dos relatórios gerados posteriormente, mas nada que não pode ser entendido uma vez que você já capitou isso perfeitamente.

Eu lí diversas vezes o tutorial /mencionado/ por você e cheguei a estas conclusões. Por isso enviei o e-mail anterior que não foi bem visto por um dos colegas que descaracterizou tais considerações, mas é isso aí! bola pra frente!



Obrigado pela resposta!









Cloves Almeida escreveu:
Ronaldo,

o OpenERP é totalmente baseado em partilhas dobradas e ele é usado para
a escrituração fiscal em diversas empresas belgas, suíças e francesas,
onde as implementações estão mais avançadas. Tem inclusive o conceito de
"contas analíticas" que na prática é a implementação do conceito de
centros de custo / centros de lucro. Tudo integrado com apuração de
impostos, conciliação bancária, contas a pagar e receber. Ele faz
inclusive partilha dobrada para o estoque físico, coisa que pouquíssimos
ERPs fazem. Dá uma olhada na documentação em doc.openerp.com que metade
dela é sobre contabilidade e finanças.

O problema aqui não é o OpenERP, é a legislação tributária brasileira
que é uma confusão sem limites. Na França o pessoal tem esse problema
também com o módulo de recursos humanos, já que dizem que a legislação
trabalhista deles é tão confusa quanto a nossa.

A questão é mais de pragmatismo. O OpenERP _tem condições_ de se tornar
uma ferramenta de escrituração fiscal no Brasil? Totalmente! O OpenERP
DEVE se tornar uma ferramenta de escrituração fiscal? Eu já acho que o
esforço não compensa.
Mais simples seria gerar os arquivos com os lançamentos nos formatos
apropriados para importação dos softwares de contabilidade mais
utilizados no país - acho que o líder é o PROSOFT. Quando eu terminar o
PDV e a implementação na minha empresa, posso até ajudar nisso.

CJ


Em Seg, 2009-09-21 às 12:07 -0300, Ronaldo Padula escreveu:
Cloves,
Você foi feliz nas suas colocações nas seguintes situações:
Uma a referente ao caixa dois, que é crime, dá cadeia, e seria muita irresponsabilidade desenvolver o OpenERP de forma a facilitar esta prática, acho que somente este argumento já basta!

Sobre a Contabilidade do OpenERP, à menos que eu esteja muitíssimo enganado nas analises que fiz dos mais diversos módulos existentes, nenhum atende a contabilidade de fato. O OpenERP faz contabilidade de custos e o que pode ser aproximado à contabilidade gerencial, permitindo lançamentos em algumas contas e gerando demonstrativos como balancetes e índices da evolução dos mesmos.

Para que o programa atenda a contabilidade não só de acordo com o fisco, mas com a lei 6.404, com as resoluções do CFC e pronunciamentos do CPC, o mesmo deveria realizar escrituração de livro diário (partidas dobradas), livro razão e livro caixa. Deveria também fazer encerramento do exercício com Demonstração de Resultado, Balanço Patrimonial, Demonstração do Valor Adicionado, Demonstração de Fluxo de Caixa, entre outras. Sem falar da escrituração fiscal.

Como em diversas empresas a contabilidade é terceirizada, o OpenERP pode trabalhar no intuito de fornecer informações aos Contadores através de seus módulos de gerenciamento, ou se integrar com software específico de contabilidade que com certeza atende ao que foi mencionado como é o caso do programa Fiel Contábil que também é livre, ou na área de DP o Folha Livre (somente como exemplos).

Assim, eu acredito que o OpenERP está meio distante de atender esta necessidade talvez não tenha necessariamente o objetivo de atender, não sei!

Ficam aí minhas considerações...abraços a todos!





Cloves Almeida escreveu:
Pedro,

muito bom sua explanação. Minha experiência está ligada a empresas de
médio porte, mais próximo do público-alvo do OpenERP. Em relação a caixa
dois, o OpenERP não pode DE MODO ALGUM facilitar esse tipo de prática.
Essa demanda, se houver (e te garanto que haverá) tem de ser de
responsabilidade e consciência de cada integrador.

Mas, sinceramente, os controles das receitas estaduais e federal andam
tão avançados que se você estiver sonegando e eles fizerem uma
específica, com certeza vão lhe pegar. Mas você pode trabalhar "no
limite da legalidade", só que esses buracos são tão dependentes da
mutante legislação tributária que é quase impraticável implementar
direto no ERP.

Dito isso, minha opinião é que o OpenERP deve focar-se mais na
contabilidade gerencial - que apesar de ser específica para cada
empresa, "faz sentido" customizar alguns módulos. A contabilidade fiscal
deve continuar na mão do departamento ou terceirizado específico. As
diferenças de apuração devem voltar como em qualquer outro ERP, via
"ajustes contábeis".



Em Dom, 2009-09-20 às 22:11 -0300, Pedro L Bicudo Maschio escreveu:
Mauricio

Sobre o chart of accounts. Desculpe se ficou muito longo, mas espero
que seja didático.

Há dois fatores que “destruíram” a prática contábil nas empresas
Brasileiras. Primeiro foi o caixa dois: para sonegar impostos as
empresas só contabilizam o “oficial” e com isso os relatórios
contábeis e as apurações de custos se tornaram inúteis. Piorou quando
o governo criou o lucro presumido, a partir do qual as empresas
desobrigadas de apresentar o balanço pararam de contabilizar as
despesas (principalmente de pequeno valor). Surgiram controles
paralelos, por exemplo, o fluxo de caixa que é registrado em separado
da contabilidade.

Observe que temos um desafio para o OpenERP: como lidar com o caixa
dois? Eu não me preocupo porque não preciso disso. No entanto, há
soluções no Brasil que de alguma forma atendem essa demanda dos
compradores – porém não sei explicar como fazem isso.

O meu interesse pelo OpenERP é justamente porque tem o plano de contas
no seu centro. O uso que quero fazer dele é em uma entidade
assistencial na qual trabalho como voluntário. Como ela tem o registro
de utilidade pública, não recolhe IR, mas está obrigada a seguir a
legislação de apuração por lucro real com todos os livros e
contabilidade completa para manter o benefício. Hoje fazemos a
contabilidade como vc descreveu (partidas dobradas e todos os livros),
há um longo plano de contas e existem as contas de resultado, para
isso usamos um software simples, só para contabilidade, mas que não
tem integração com folha, compras, etc.

Já no meu trabalho remunerado, de consultoria, faço serviços de
verificação (QA) do projeto de implantação, normalmente grandes
projetos SAP para grandes empresas. Nesses casos não tem caixa dois,
por um motivo simples: se houvesse, o dono/acionista seria
lesado/roubado por quem usa o dinheiro do caixa dois. Na medida em que
as empresas crescem, precisam de um sistema seguro e confiável
justamente para evitar as fraudes (como a do caixa dois).

Normalmente a grande empresa já tem um plano de contas complexo que
implementa no ERP. Uma das vantagens de ter uma boa contabilidade é
poder calcular o custo médio, a Fiat Brasil, por exemplo, tem mais de
70 modelos em produção (contando todas variações de cada carro) e
apura o custo médio por modelo até o dia 5 de cada mês, com cálculo de
imposto para cada um, etc., isso só é possível porque a contabilidade
é muito bem feita.
De modo geral, o plano de contas é regulamentado pelas bolsas de
valores e pela associação de contadores. Empresas americanas seguem o
GAAP, e no Brasil o novo SPED alinha-se aos padrões internacionais,
com isso qualquer investidor sabe interpretar o que é ativo,
obrigações, custo de produto, custo de vendas, etc. e comparar qual
empresa é melhor.

Nos projetos ERP das grandes, cada uma usa seu plano de contas, único
e que atende às particularidades da empresa. Há muitos ajustes a fazer
nos relatórios gerenciais, sempre. Já a questão de “quanto iremos
pagar de...” funciona diferente do que vc sugere. O processo é
planejar e depois verificar. Cria-se um orçamento planejado para cada
centro de custos, o que permite planejar um resultado. Assim, antes de
começar o mês você planeja quanto vai pagar de impostos, quanto vai
consumir de materiais, quanto vai pagar de salários, etc. Depois, ao
fim do mês, as despesas reais contabilizadas em cada conta são
comparadas ao planejado. Portanto, a qualquer momento devemos saber
quanto ainda podemos gastar para manter o real dentro dos limites do
planejado.

P é a letra mais importante do ERP, pois significa planejar. R
significa os recursos que vamos planejar. Os recursos são definidos ou
determinados pelo plano de contas, já que cada recurso recebe um
número, o centro de custo: pessoas, PJ contratados, materiais,
máquinas, cada recurso é representado por um centro de custos. Se você
gasta em manutenção, correlaciona a despesa ao centro de custos da
máquina, assim, quando calcula o custo do produto, soma o custo da
máquina, que já inclui o custo da manutenção... não escapa nada.

No conceito ERP administra-se executado x planejado. O resultado não é
surpresa. O plano de contas é a estrutura básica para executar o ERP.
Na empresa de manufatura, a estrutura lógica é a BOM - Bill of
Materials, é a equação que define quanto de cada material é empregado
para construir o produto, é a “receita” para compor um produto, é com
essa receita que a empresa inicia a estruturação do plano de contas
(vai relacionar qual material ou insumo é contabilizado em qual centro
de custos e como isso se soma para compor o resultado). Na empresa de
serviços, não existe a BOM, o que dificulta a estruturação lógica do
plano de contas. Aqui é que entram os consultores: repensar e modelar
o negócio e organizar o modelo preditivo de resultados, que será
solidificado no plano de contas.

Nosso módulo Brasil pode começar com o plano genérico do SPED (o que
já está sendo feito). Mas em cada implantação, caberá ao consultor que
está conduzindo o projeto, ajustar o plano de contas para o cliente.
Haverá clientes mais exigentes e outros que se contentarão com o plano
genérico.

No exemplo Peru, ele continuou usando VAT (em uma conta só). O desafio
para nós, Brasil, será criar uma conta para cada imposto. Na
contabilidade completa da entidade assistencial que citei, temos IR,
ICMS, COFINS, INSS e “outras contribuições”, todas dentro de um mesmo
grupo de contas. O detalhe é que os recolhimentos e demonstrativos são
feitos em separado, nos aplicativos da receita (gerador dos arquivos
que são entregues mensalmente) e pegamos o resultado calculado e
digitamos no sistema contábil, não tem integração. Da mesma forma, no
OpenERP, podemos ter uma interface que extrai os dados da
contabilidade, alimenta o módulo externo de livros fiscais que
calculam o imposto e geram os arquivos para entrega, e outra interface
para pegar os resultados e inserir na contabilidade (por exemplo, no
agrupamento de contas que hoje é chamado de VAT).

Espero ter ajudado no entendimento.

[ ]

Bicudo


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De: openerp-brazil-team-bounces
+pedro.bicudo=tgtconsult.com.br@xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
[mailto:openerp-brazil-team-bounces
+pedro.bicudo=tgtconsult.com.br@xxxxxxxxxxxxxxxxxxx] Em nome de
Mauricio Baduy
Enviada em: quarta-feira, 16 de setembro de 2009 21:15
Para: openerp-brazil-team@xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Assunto: [Openerp-brazil-team] Finances,Accounting & Legal
English-Portuguese Glossary


Olá,

Passada a tempestade da nota fiscal eletrônica, voltei a analisar a
documentação do Openerp, e comecei pela contabilidade. O link abaixo,
possui um extenso glossário de termos financeiros, contábeis, etc, em
inglês com tradução para o português. Estou achando-o útil para
entender melhor o que o Openerp faz.

http://www.sk.com.br/sk-fcj.html

É um bom complemento para o glossário existente no bluwiki.

O plano de contas a ser implementado será o Plano de Contas
Referencial da Receita Federal? O que está sendo pensado a respeito?
Desculpem se a pergunta for inadequada.

Minha experiência com contabilidade é bem mais simples do que propõe o
Openerp.  O sistema que é usado na empresa é um plano de contas de 5
níveis, do tipo tradicional, usado largamente em empresas industriais
e comerciais. Os lançamentos são efetuados em partida dobrada, usando
um sistema de histórico padrão que permite várias inserções de textos
variáveis, e no fim, produzir balancete, demonstrativos, Diário e
Razão. Achei interessante a classificação das contas quanto ao tipo de
transação que ela recebe, e imagino como pode ser versátil uma
contabilidade feita da maneira proposta pelo Openerp.

No link
http://beeznest.wordpress.com/2008/12/27/openerp-5-creating-a-chart-of-accounts-first-draft/

o autor Yannick Warnier conta a experiência de criar um plano de
contas para o Perú. É uma leitura interessante (pelo menos para mim).
Os membros da lista que tem experiência com contabilidade como
implementada pelo Openerp, poderiam comentar a respeito? (Bicudo: se você tiver um tempinho, conte um pouco da sua experiência
com outros ERPs).

Fico imaginando como seria eficiente gerenciar uma empresa sabendo, a
qualquer momento, quanto iremos pagar de PIS, COFINS, ICMS,  ICMS-ST,
IPI,
etc, quanto um determinado produto está contribuindo para a margem de
lucro da empresa, se está dando prejuízo, etc.

É uma revolução na gestão das empresas!

Maurício


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